Prática é conhecida mundialmente como Gold Farming; ex-prisioneiro afirma que é mais lucrativa para a prisão do que o próprio trabalho braçal
O dinheiro movimentado no mundo virtual pode se tornar bem real. E muita gente já sabe disso. Jogadores de países em desenvolvimento, sobretudo na China e Vietnã, passam horas a fio coletando 'itens raros' e 'créditos' em jogos de MMORPG como World of Warcraft e vendendo-os para gamers de países desenvolvidos, uma verdadeira indústria que movimenta muito dinheiro é já ganhou a atenção de instituições como o Banco Mundial.
A novidade é que agora, guardas de prisões e campos de trabalho na China estão forçando os detentos a passarem noites jogando para arrecadar bens virtuais valiosos e vendê-los, de forma que toda a 'receita' vai para algum bolso bem distante do jogador. O fenômeno foi reportado pelo portal britânico The Guardian.
De acordo com um ex-prisioneiro, o negócio é bem mais lucrativo do que os trabalhos braçais forçados que os detentos são obrigados a executar. "Os carcereiros ganhavam mais dinheiro obrigando-nos a jogar do que forçando o trabalho manual", denunciou, acrescentando que até 300 detentos eram obrigados a jogar após 12 horas seguidas nos campos de trabalho. O lucro normalmente chegava a US$ 925 por dia, e os computadores nunca eram desligados.
"Se eu não cumprisse minha 'cota', era punido fisicamente. Eles me faziam ficar com as mãos suspensas no ar e, quando retornava para o dormitório, apanhava com canos de plástico. Normalmente, nós [presos] ficamos jogando até não podermos enxergar mais nada", disse ao The Guardian um ex-detento do campo de trabalho de Jixi, Liu Dali.
Com informações do Mashable.
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